Ontem o comentarista Ricardo Martins, em parceria com a Transamérica Juiz de Fora (91,3 FM) entrevistou os pesquisadores do estudo que avalia o impacto da COVID-19 em Atletas.
A Profa Jamila explica que a motivação da pesquisa foi um estudo prévio do grupo que identifica o perfil genético dos atletas e o desenvolvimento de lesões. Além de estudos epidemiológicos que avaliam fatores de risco, também temos trabalhos publicados que descrevem alterações genéticas associadas com lesões em atletas. Com a pandemia surgiu a preocupação de como os atletas enfrentariam o isolamento, os treinamentos adaptados e qual a prevalência de lesões neste período.
Já haviam indícios de que esse resultado poderia aparecer ou foi surpresa?
A surpresa foi o baixo número de atletas testados para COVID-19 (apenas 40%) e 26% dos atletas que não foram testados ou testaram negativo apresentavam 3 ou mais sintomas característicos da doença. O esperado foi identificar que os atletas menos testados são os que utilizam o SUS, que apresentam baixa renda e outra atividade profissional, além de serem atletas.
Qual a relação do atleta com filho para apresentar mais riscos?
O risco de infecção pelo vírus da COVID-19 está na exposição. Atletas com filhos provavelmente tem maior número de pessoas circulando na casa e necessitam trabalhar para complementar a renda. Os fatores identificados no estudo, que estão associados com a infecção da COVID-19 são: fumantes, possuir filhos, menores de 27 anos e que apresentaram um companheiro de equipe positivo para doença.
O estudo reforça a necessidade da realização do diagnóstico em massa, já que 11% dos atletas positivos para COVID-19 eram assintomáticos, podendo contribuir para dispersão do vírus.
Por:
Profa Dra Jamila Perini
Pesquisadora Responsável pelo Laboratório LAPESF-UEZO
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