A situação na Amazônia, decorrente do garimpo ilegal, do descaso das autoridades, da ausência de políticas públicas... colocou os povos Indígenas em uma realidade de calamidade.
Em outubro de 2022 fizemos uma expedição as Terras do Povo Yanomami na Amazônia, coordenada pelo Dr Paulo Basta da Fiocruz, com uma Equipe multidisciplinar. Foi uma experiência impactante para nós e um singelo “ponta pé” para tentar remediar a catástrofe.
Sobre essa vivência ímpar, passei mais de 3 horas no dia 30/01/2023, contando detalhes do trabalho que realizamos para a Jornalista Gudrun Fischer, da rádio pública alemã Deutschlandradio. A entrevista fará parte de uma matéria que Gudrun está elaborando durante os 2 meses que ficará no Brasil, coletando informações sobre o tema.
No mesmo dia, tivemos a feliz notícia sobre a publicação de um dos artigos do grupo sobre a análise de polimorfismo genético associado com a exposição crônica ao mercúrio em Indígenas Munduruku da Amazônia brasileira. O trabalho foi publicado na Revista Toxics (31/01/2023) e descreve a associação do polimorfismo GSTP1 com altos níveis de mercúrio no corpo e alterações neurológicas. O estudo foi realizado com 107 Indígenas de 3 aldeias (Sawré Muybu, Poxo Muybu e Sawré Aboy). As análises genéticas foram realizadas no LAPESF do curso de Farmácia da UERJ zona oeste, sob coordenação da Profa Jamila Perini.
Este trabalho só foi possível pela maestria do Dr Paulo Bastas e das Equipes de diferentes instituições. Nosso muito obrigada!
Um agradecimento especial a aluna de doutorado Mayara Calixto, que brilhantemente escreveu a 1ª versão do artigo. Ao neurologista Rogério Adas pelas análises e olhar crítico. E pela frutífera discussão com os experientes pesquisadores e coordenadores do projeto Paulo Bastas e Ana Vasconcellos.
É crucial um olhar atento e políticas públicas de prevenção e remediação dos impactos do mercúrio e do garimpo na Amazônia.
Dra Jamila Perini
Coordenadora LAPESF-UERJ