Parceria UERJ, Fiocruz e UFRJ
A endometriose é uma doença ginecológica comum, afetando 10% das mulheres em idade reprodutiva, 50% das inférteis e 21% das hospitalizadas por dor pélvica; contudo, 11% não sentem nada e nem sabem que possuem a doença.
Os hábitos de vida da “mulher moderna” retardam o diagnóstico, que muitas vezes só é feito quando a mulher não consegue engravidar. O diagnóstico definitivo ainda é cirúrgico e no mesmo procedimento também é realizado o tratamento (remoção das lesões). Contudo, existe uma alta taxa de recorrência da doença e ainda não existe um tratamento farmacológico que “cure” a endometriose.
O LAPESF se dedica ao estudo da endometriose desde 2009, buscando ferramentas não invasivas de diagnóstico (identificação de biomarcadores genéticos) e novas abordagens de tratamento. Já são 23 artigos publicados na área de genética da endometriose e 9 com modelo experimental para tratamento da endometriose. A formação de recursos humanos no tema ENDOMETRIOSE também é um destaque do LAPESF: 4 TCCs; 6 Mestrados e uma tese doutorado.
Neste trabalho publicado dia 02/02/2023 na Revista Molecular and Cellular Endocrinology descrevemos que o medicamento clotrimazol (antifúngico) é eficaz no tratamento da endometriose por agir na produção de espécies reativas de nitrogênio, aumentando a capacidade do sistema antioxidante, promovendo atrofia e regressão de lesões, sem efeitos adversos no cérebro e fígado.
Os resultados fizeram parte do mestrado da Biomédica Luciana Campos Biotrans da (parceria UERJ zona oeste). Os experimentos in vivo foram conduzidos no LAPESF pela aluna de doutorado Jessica Perini, sob orientação do Prof. Daniel Machado, Coordenação da Profa Jamila Perini e colaboração do Prof. Wagner Coelho, todos do curso de Farmácia e CBI.UERJ. O perfil toxicológico foi brilhantemente coordenado pelo Prof. Enrico Saggioro da Fiocruz (PPGSPMA), com ativa atuação do aluno de doutorado Sidney Sales. O uso do clotrimazol é fruto da colaboração com a Profa Patricia Zancan da UFRJ.
Este trabalho só foi possível pela frutífera colaboração interinstitucional destes grupos resilientes, com dedicação árdua para realização dos experimentos (mesmo durante a pandemia) e espaço genuíno para discussão científica.
Nosso muito obrigada a Toda Equipe!
Por: Dra Jamila Perini
Coordenadora LAPESF-UERJ