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Inteligência artificial aplicada na medicina esportiva: Como a COVID-19 está afetando os atletas?



Estamos participando da 17a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia da UEZO, “Inteligência Artificial: A nova fronteira da Ciência Brasileira”.


A Covid-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2, vem sendo um grave problema de saúde pública mundial. A realização de atividades físicas moderadas (uma hora, 3 a 5 dias na semana) são essenciais para um estilo de vida saudável. No entanto, a alta intensidade de treinamento diário dos atletas profissionais (6 a 8 horas) aumenta a ventilação alveolar e diminui os níveis do anticorpo IgA, tornando maior o risco de infecção viral no trato respiratório.


Estudos já relataram o aumento de infecções virais nas vias aéreas inferiores em atletas, causando febre, tosse seca, mal-estar e dispneia como efeitos agudos na semana seguinte a competição. No caso da Covid-19, o vírus atinge facilmente as vias aéreas inferiores podendo causar hiperinflamação pulmonar, comprometimento de outros órgãos e falência respiratória, com necessidade de ventilação mecânica em unidade de terapia intensiva, por períodos prolongados.


Na pandemia, os atletas enfrentaram o distanciamento social e o destreinamento, afetando substancialmente o seu desempenho, contribuindo para o risco de lesões musculoesqueléticas no retorno esportivo. O afastamento das atividades esportivas vem causando uma crise financeira no meio esportivo, colocando em risco a atividade profissional dos atletas, com limitações físicas e abalos psicológicos que são desconsiderados pela sociedade.


Este projeto, utilizando ferramentas de inteligência artificial, está mapeando os efeitos biopsicossociais da Covid-19 em atletas brasileiros, utilizando um formulário eletrônico que engloba questões sobre o perfil de cada atleta, características de treinamento, hábitos de vida e saúde, incluindo a Covid-19, e também o efeito psicológico durante o distanciamento social. Assim, com os avanços tecnológicos, foi possível recrutar atletas de todo território brasileiro utilizando redes sociais (Instagram: @Lapesf.uezo), divulgações científicas (http://coronavirusdc.com.br/2020/07/17/os-atletas-e-a-covid-19/) e noticiários (http://www.faperj.br/?id=3999.2.6 e https://odia.ig.com.br/rio-de-janeiro/2020/09/5994850-pesquisa-busca-relacao-entre-atletas-e-infeccao-por-covid-19.html).

Durante um mês de recrutamento (21/08/2020 à 21/09/2020) participaram da pesquisa 316 atletas e 25% deles testaram positivo para Covid-19, sendo os principais sintomas: dor de cabeça, perda do olfato e paladar, seguido de febre. Para todos os atletas (positivos ou não para Covid-19) os maiores desafios durante a pandemia foram: manter a motivação (68%); treinar efetivamente em casa (64%); reduzir a renda financeira (61%) e manter a saúde mental (52%).


O impacto da Covid-19 ainda precisa ser amplamente estudado em todas as áreas. No meio esportivo, é fundamental conhecer os efeitos biopsicossociais da doença e da pandemia para auxiliar na elaboração de estratégias efetivas e seguras, visando a saúde e bem-estar dos atletas, que sofreram com a suspensão de treinos e competições, inclusive as Olímpiadas de Tóquio 2020.


Você ainda pode participar!!! Estamos recrutando Atletas até o final de dezembro.


É só preencher o formulário (apenas 6 minutos) do seu próprio celular ou computador:


Sua participação é muito importante e fundamental para entendermos as implicações causadas pela pandemia da Covid-19 entre os atletas para elaborar estratégias seguras de retorno as atividades esportivas.


Este trabalho está sendo realizado pela Equipa da Fiocruz, INTO, UEZO e UFRJ.


Por: Profa Dra Jamila Perini

Pesquisadora Responsável pelo Laboratório LAPESF-UEZO

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