Desde 2009, nosso grupo se dedica ao estudo dos fatores genéticos que podem estar associados com a endometriose (“A doença da mulher moderna”!).
Este mês, recebemos o reconhecimento pelo árduo trabalho que desenvolvemos, com a publicação dos nossos resultados na revista “European Jornal of Obstetris & Gynecology and Reproductive Biology” (https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32892034/).
Este trabalho foi realizado na UEZO em colaboração com o Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (Dr. Plínio Berardo). Fechou com chave de ouro o Mestrado da nossa Querida Farmacêutica Mayara Calixto da UEZO, no Programa de Saúde Pública e Meio Ambiente da ENSP-Fiocruz. Tive a honra de orientá-la em colaboração com minha eterna orientadora Rosane Vianna-Jorge do INCA, que atualmente é da UFRJ.
A endometriose é uma doença ginecológica, multifatorial, que acomete cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva, provocando aumento do fluxo menstrual, dor abdominal e durante o ato sexual, sangramentos e infertilidade. A maioria das mulheres com endometriose apresenta alto nível de escolaridade e profissional, baixo peso e fizeram uso de hormônios anticoncepcionais durante muito tempo.
Neste estudo, recentemente publicado, nós avaliamos alterações genética no gene que codifica a enzima envolvida na cascata inflamatória (ciclooxigenase 2 – COX2), alvo dos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), que são a principal linha de tratamento da endometriose, juntamente com os anticoncepcionais.
Após analisarmos o DNA de 521 mulheres, nós observamos que o genótipo PTGS2 -1195AA, associado com aumento da atividade transcricional e consequentemente da quantidade de enzima COX-2, foi mais frequente nas mulheres com endometriose em comparação com mulheres controles (sem a doença). Sugerindo que a maior expressão de COX-2 pode potencializar o microambiente e resposta inflamatória, contribuindo para o desenvolvimento da endometriose.
Mayara Calixto
Farmacêutica pela UEZO
Mestre em Saúde Pública e Meio Ambiente – Ensp Fiocruz
Analista de Operações e Inovações Farmacêuticas – Fiocruz
Por: Dra Jamila Perini
Pesquisadora LAPESF-UEZO
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