É a doença da mulher moderna! Quer saber por quê?
Já imaginaram ter uma doença que o diagnóstico é complicado, que as dores são intensas todos os meses, as relações sexuais se tornam desconfortáveis e você não pode ter filhos?
Essa é a realidade de 10% das mulheres e está associada aos hábitos da vida moderna, em que a mulheres estudam e trabalham, demoram para engravidar, fazem uso de anticoncepcional por longo tempo... e só descobrem a doença em estágios avançados, normalmente quando não conseguem engravidar.
A Endometriose é uma doença ginecológica e inflamatória crônica, com impactos negativos para as mulheres, sendo definida como a presença de tecido endometrial (aquele que reveste o interior do útero e é expelido na menstruação) fora da cavidade uterina.
Os sintomas mais comuns são: disminorreia (dor na região do abdômen por volta do período menstrual), dispareunia (dor na relação sexual), dor pélvica crônica (dor na região do abdômen fora da menstruação), alterações intestinais e urinárias (dor ou sangramento), além de poder levar à infertilidade (impossibilidade de gerar filhos).
O diagnóstico mais confiável da doença precisa ser feito por cirurgia, laparoscopia ou laparotomia, para coleta de material (biópsia) e confirmação por análise histológica utilizando o microscópio.
Ainda não há cura para a endometriose, mas existem diversos medicamentos que amenizam os sintomas. Para eliminar os focos de endometriose é necessário o tratamento cirúrgico, contudo, mesmo após a cirurgia, existe um risco de a doença reaparecer após 2 a 5 anos (12% a 30% das mulheres apresentam a doença novamente após o tratamento cirúrgico).
Além disso, a endometriose leva a altos custos econômicos tanto para as mulheres com a doença quanto para o sistema de saúde público do país. Um estudo publicado recentemente por Grundström e colaboradores (2020) mostrou que além dos custos com o diagnóstico e tratamento da doença (exames de imagem, cirurgia e medicamentos), existem os gastos com as consultas ao especialista em fertilidade. Quase a metade das mulheres desse estudo entre 30 a 39 anos já havia experimentado a reprodução assistida (tratamento para ajudar a mulher engravidar). Estes resultados reforçam o impacto negativo que essa doença pode acarretar na vida das mulheres.
A endometriose ainda é pouco estudada. E o nosso grupo do LAPESF-UEZO, desde 2009, tem pesquisado sobre possíveis tratamentos, diagnóstico e o perfil genético das mulheres com endometriose.
Já imaginou conseguirmos identificar um marcador genético para a endometriose sem precisar passar por cirurgia? É o que estamos tentando descobrir...
Para saber mais sobre o impacto da endometriose na vida da mulher acesse os artigos científicos na íntegra:
Zondervan, Krina T; Phil, D; Becker, Cristian M; Missmer, Stacey A. Endometriosis. N Engl J Med 2020; 382:1244-56 (https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32212520/)
Bozdag, Gurkan. Recurrence of endometriosis: risk factors, mechanisms and biomarkers. Women's Health, v. 11, n. 5, p. 693-699, 2015. (https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26439119/)
Grundström, H., Spagnoli, G. H., Lövqvist, L., & Olovsson, M. (2020). Healthcare Consumption and Cost Estimates Concerning Swedish Women with Endometriosis. Gynecologic and Obstetric Investigation, 1-8. (https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32248191/)
Por:
Jessica Vilarinho (http://lattes.cnpq.br/4221853721441749)
Isabelle Alves (http://lattes.cnpq.br/8229938361822926)
Jamila Perini (http://lattes.cnpq.br/2210400333973948)
Legenda = da esquerda pra direita temos a Dr Jamila Perini, graduanda de farmácia Isabelle Alves e Dr Jéssica Vilarinho
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