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COVID-19 e meio ambiente: quais as mudanças a longo prazo?

Atualizado: 18 de ago. de 2020


No dia 20 de janeiro de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o surto da COVID-19 como uma emergência de saúde global e diversos países adotaram medidas de isolamento social.

A drástica redução na circulação de pessoas ao redor do mundo, a fim de reduzir a transmissão do novo coronavírus, resultou principalmente na redução da emissão de gases de efeito estufa pelos veículos, na restrição da atividade nas indústrias, reduzindo o uso de combustíveis fósseis. Com isso, o nível de poluição diminuiu consideravelmente em áreas turísticas e até mesmo a camada de ozônio se recuperou. Será mesmo?

A curto prazo, essas mudanças parecem positivas para o meio ambiente, mas, na verdade, não sabemos se elas serão duradouras... À medida que o isolamento social for diminuindo, todos os fatores irão voltar a acontecer e a vida vai voltar ao “normal”, se é que isso é possível. Além disso, é preciso pensar nos efeitos a longo prazo: o aumento na produção de lixo durante a pandemia.

Os hospitais estão lidando com uma demanda absurda de trabalho. Além dos desafios diários, de doenças já conhecidas e que fazem parte da rotina dos sistemas de saúde, agora os profissionais precisam se adaptar e lidar com uma doença totalmente nova e altamente contagiosa. O número de pacientes buscando atendimento só aumenta, as Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) estão funcionando no limite de suas capacidades e a importância do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) se torna cada vez maior. Contudo, os EPIs devem ser descartáveis e, somados aos materiais de uso diário, aumentou muito o volume de resíduo hospitalar produzido.

Para se ter uma ideia, a cidade de Wuhan, na China, possui mais de 11 milhões de habitantes e foi o primeiro epicentro da COVID-19. Precisamente no dia 24 de fevereiro de 2020, foram produzidas 200 toneladas de resíduos hospitalares na cidade, quantidade que excede quatro vezes o que a cidade pode incinerar por dia.

No Brasil, estamos vivendo algo parecido. A Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (Abren) já notificou ao Ministério da Saúde que a quantidade de resíduos hospitalares gerada pelo combate ao novo coronavírus poderá ultrapassar em cerca de 4 vezes a quantidade de material que o Brasil é capaz de processar. É possível, que em algum momento, uma quantidade considerável de lixo hospitalar irá ficar sem tratamento e causando alto risco de contaminação. Além disso, grande parte deste lixo sem tratamento também corre o risco de ser descartado na natureza, ou seja, no habitat natural de diversas espécies, afetando diretamente a biodiversidade.

Será que agora, diante desse cenário, poderíamos discutir mais abertamente sobre o uso de energia renovável e biocombustíveis? Colocar em prática a importante medida de reciclagem? E se usarmos corriqueiramente materiais biodegradáveis?

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Por:

Mayara Calixto (CV Lattes)

Thais Figueiredo (CV Lattes)

Jamila Perini (CV Lattes)

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