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Aumentou o número de mortes por câncer durante a pandemia?


Após a emergência global de saúde pública, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), assim como na maioria das áreas, o diagnóstico e tratamento do câncer também foram afetados. A rotina foi adiada e apenas casos de câncer de máxima urgência foram atendidos. Confira na íntegra o comentário sobre o artigo publicado recentemente na Revista Lancet Oncology (https://www.thelancet.com/action/showPdf?pii=S1470-2045%2820%2930388-0).

Ao ler o artigo publicado recentemente sobre o impacto da pandemia e o aumento no número de mortes por câncer na Inglaterra, um país extremamente metódico e organizado, pensei... como está a situação no Brasil?

No início do isolamento, em março de 2020, um amigo pediu ajuda para tentar remarcar uma consulta da esposa que faz tratamento em um hospital de referência para tratamento do câncer no Rio de Janeiro. Todas as consultas haviam sido canceladas, apesar de uma jovem de trinta e poucos anos, com câncer ginecológico, necessitar de nova cirurgia porque, infelizmente, o câncer reapareceu, só que agora em outro local.

O estudo publicado na Inglaterra utilizou uma modelagem técnica para concluir que haverá um aumento significativo no número de mortes “evitáveis” por câncer (aproximadamente 6% a 17%), devido ao atraso no diagnóstico decorrente da pandemia causada pela COVID-19. Foram avaliados dados de pacientes com câncer de mama, colorretal, esôfago e pulmão.

E no Brasil? Qual o cenário e o impacto da pandemia para os pacientes que sofrem com câncer? É crucial que intervenções de saúde pública urgentes sejam implantadas nos serviços de diagnóstico de rotina do câncer, não só da Inglaterra, mas do mundo todo!

Por: Dra Jamila Perini

Pesquisadora Responsável pelo Laboratório LAPESF-UEZO

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